imagem:by deviart
Estava cruzando um corredor,seus passos leves quase imperceptíveis,cortavam a pequena percentagem de luz que chegava ao sótão.seus cabelos deslizavam sobre seus ombros,contrastando com suas vestes de seda branca com seu hobbie de renda,era nesse ritmo cabisbaixa que a pequena parou defronte a aquele espelho enorme com moldura de rosas gravadas de espinho,olhava para ele e não via nada,senão seu próprio reflexo borrado naquele essêntrico objeto;tocava aquele espelho,tampou o rosto,se ajoelhou sobre o velho tapete vermelho em que estava,lá ficou durante horas.Jorravam águas,águas estas que lhe custaram o sangue,águas estas que lhe impediam de se olhar,e eram a reação de seu desespero,descontentamento,tristeza e dor,e agora através das lágrimas, se dava conta que ela própria fora sua própria perdição,essas águas que naquele instante corriam,eram as mesmas que brotavam no fundo do seu olhar e o que nascia na vertente de sua alma.Estava sozinha,presa a um passado que a condenava.Pobre criança,doce ninfa,pequeno anjo,constatava agora o espinho da realidade de um sonho perdido.
